domingo, 26 de julho de 2015

(Mansidão convulsionada)


mansidão convulsionada
bazófia vertendo o caos

tempestade em mar aberto
calmaria é ter você por perto

conecto meu coração
às chamas do arrebol
 

e a vida segue o seu existir

               José Carlos de Souza

(Malabarismo quixotesco)


vivo lutando contra moinhos
quando se avizinha o perigo
eu canto como um passarinho


      José Carlos de Souza

sexta-feira, 24 de julho de 2015

(Trincas)


o céu arrasta
o longevo sol
por entre as abas do crepúsculo

***

o vazio mal traçado
delimitando o espaço
impõe um rigor forçado

***

nas noites insones
enfeitadas de silêncio
o tédio nos consome


              José Carlos de Souza

(tarde suja)


cai o sol na tarde suja
                                                      
na sarjeta 
regurgita o bêbado
antes de pedir mais uma dose, 

de lambuja

                 José Carlos  de Souza

(Trincas)


é tudo sombra
quando mergulho
nos olhos da noite

***

estrelas se esquecem
de iluminar os caminhos
quando as nuvens se aquecem


             José Carlos de Souza

(desalento)


no que tange a realidade
a poesia não existe
 
o poeta é quem insiste, insiste
e a descobre nas brenhas do coração

pobre do poeta,
fantasma de si mesmo


        José Carlos de Souza

domingo, 12 de julho de 2015

(Madrigais)


a insônia estica o tempo
para que nos quintais
os galos entoem madrigais

                                                      
        (José Carlos de Souza)

(no girar dos cometas)



no girar dos cometas
detritos se espalham
cortinando o espaço

são estrelas
que despencam no horizonte
para que eu recite
sí-la-bas rituais
e siga as setas cegas
do destino

                                    
     (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 3 de julho de 2015

     (Anjo tântrico)


eu que ando por outras trilhas
eu que encarno um novo sol
visto as asas do crepúsculo
pirilampo...sou a luz do farol

sigo o giro dos planetas
carrossel transcendental
na sanha bélica dos sonhos
sou a fúria do juízo final

tenho meu carma atilado
batizado capitão arlequim
voo em ave de arribação
nave da canção tupiniquim

minha voz revela meu ser
anjo tântrico, mítico querubim
estrela que rege constelações
mântrico e quimérico serafim

  (simulando razões) esse jogo de máscaras  esconde esgares congela o voo tudo para que  o caos se faça na pele enrugada da tarde para que u...