quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

"Para alcançar as verdades espirituais, cumpre fiar-se na percepção
e ser sutil, pois as coisas invisíveis nem por isso deixam de existir."  

                   (Ko Hung) 
                   Mestre taoísta

sábado, 5 de dezembro de 2015

(Labirinto audaz)

                                          


o caminho é longo
labirinto audaz
no alto da montanha uma pausa

                                                           
    (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

(Samba Mudo)


                                         Letra: José Carlos de Souza
                                         Música: Wimer Bottura
                                        

(Samba Mudo)


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

(Poeira d'água)




o vapor segue
pelo líquido estradão
poeira d'água
brilha nos olhos

na proa a proteção
enigmática carranca
fechada em mistérios

livra-nos das maldições
                                                      
puxando a linha das margens
fileira de casas, ribeira
num cordel de imagens
vida simples, passageira

é sol de quase noite
quando o horizonte bebe o rio
lamparinas se acendem
a felicidade está por um fio
                                                  
moinho de flores...
um barco dançante...
poeira d'água
brilha nos olhos

     (José Carlos de Souza)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Líquidos Arcanos (Letra: José Carlos de Souza/ Musica: Vitor Munhoz)

"toca o cego cordas de luz viola que afaga o ego notas em ponto de cruz é melhor esquecer as agruras jogar as pragas fora pois nada vem fora de hora não sei ao certo a cor desse desafio mas desconfio que o amor tem a cor da superfície dos rios na hora de se entregar ao mar e o bardo a nos mostrar num combinado de rimas o oculto explícito a razão da paixão"

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

(Catarse) Letra: José Carlos de Souza / Música: Vitor Munhoz

"quebrar as louças da idolatria rasgar o véu da hipocrisia tocar o céu ver o que não via vomitar o ódio para aplacar o mal dissolver o orgulho em água e sal serenar a mente para reordenar o caos centelha cósmica gozo transcendental salto mortal da alma universal"

domingo, 26 de julho de 2015

(Mansidão convulsionada)


mansidão convulsionada
bazófia vertendo o caos

tempestade em mar aberto
calmaria é ter você por perto

conecto meu coração
às chamas do arrebol
 

e a vida segue o seu existir

               José Carlos de Souza

(Malabarismo quixotesco)


vivo lutando contra moinhos
quando se avizinha o perigo
eu canto como um passarinho


      José Carlos de Souza

sexta-feira, 24 de julho de 2015

(Trincas)


o céu arrasta
o longevo sol
por entre as abas do crepúsculo

***

o vazio mal traçado
delimitando o espaço
impõe um rigor forçado

***

nas noites insones
enfeitadas de silêncio
o tédio nos consome


              José Carlos de Souza

(tarde suja)


cai o sol na tarde suja
                                                      
na sarjeta 
regurgita o bêbado
antes de pedir mais uma dose, 

de lambuja

                 José Carlos  de Souza

(Trincas)


é tudo sombra
quando mergulho
nos olhos da noite

***

estrelas se esquecem
de iluminar os caminhos
quando as nuvens se aquecem


             José Carlos de Souza

(desalento)


no que tange a realidade
a poesia não existe
 
o poeta é quem insiste, insiste
e a descobre nas brenhas do coração

pobre do poeta,
fantasma de si mesmo


        José Carlos de Souza

domingo, 12 de julho de 2015

(Madrigais)


a insônia estica o tempo
para que nos quintais
os galos entoem madrigais

                                                      
        (José Carlos de Souza)

(no girar dos cometas)



no girar dos cometas
detritos se espalham
cortinando o espaço

são estrelas
que despencam no horizonte
para que eu recite
sí-la-bas rituais
e siga as setas cegas
do destino

                                    
     (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 3 de julho de 2015

     (Anjo tântrico)


eu que ando por outras trilhas
eu que encarno um novo sol
visto as asas do crepúsculo
pirilampo...sou a luz do farol

sigo o giro dos planetas
carrossel transcendental
na sanha bélica dos sonhos
sou a fúria do juízo final

tenho meu carma atilado
batizado capitão arlequim
voo em ave de arribação
nave da canção tupiniquim

minha voz revela meu ser
anjo tântrico, mítico querubim
estrela que rege constelações
mântrico e quimérico serafim

quarta-feira, 24 de junho de 2015

                                                               

(Girassol)


As estrelas dormem
E sonham
Os sonhos
Do girassol

O girassol acorda
E sente
O despertar
Quente do sol

O sol encanta
E chama
Pelo girassol
Que vira e se revira
Acenando pro seu sol

      by Ana Fumian e José Carlos de Souza

quarta-feira, 3 de junho de 2015

(um buquê de estrelas)


o olho morto comanda a multidão
o espírito  passeia. procissão

tenho que galgar infinitos degraus
despencar quando estou quase no topo

beber do vinho que corre nas veias
sovar o pão, cevada ou aveia

varandam pássaros descabelados

tatuei as emoções.aprisionei os sentimentos.libertei o coração
fujo dos sentimentos movediços
e me esqueço

2

o olhar claro da aurora faz com que eu sacuda o mal-estar
e beba os últimos goles do pesadelo

a lua tem faces, fases ou disfarces?
qual a verdadeira cor do vento?

naves sonâmbulas
voam no silêncio de quase noite

3

trago folhas para o chá
flores para seduzir

4

seu andar elegante preconiza um poema

5

água de moringa
evoca saudades

ouço palavras em línguas nuas

hoje a noite nos presenteou
com um buquê de estrelas

6

as ideias giram em rotações convulsas
o sol vem varrendo a escuridão

estrela solidária rege constelações

                                                                       
                    (José Carlos de Souza)

(Grãos de sol)


- queda d'água -

do alto o salto
dança em queda livre
de par com os ventos

2

a poesia é a base da vida

parece frágil mas se sustenta com vigor
na cadência do sem sentido

3

com a língua cravejada de impropérios
sigo apedrejando perguntas
incendiando  palavras

mordo as patas do tempo

meu sossego acaba em cisma
meu corpo (fechado) em mistério

minha vida virou rascunho
de um desenho inacabado

4

no deserto
grãos de sol

à noite
a lua brota sorrateira
em grãos de luz, macia e tenra

                                                    

              (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

(sorvete)


doce neve
com cobertura
de encantamento                                  



            (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 24 de abril de 2015

(trem fantasma)


olhos negros.
no trem fantasma
minha infância vai a reboque.
                                                    
                José Carlos de Souza

(incógnita)


é como se a manhã
se perdesse
na noite sem fim
                                    
        José Carlos de Souza

quinta-feira, 16 de abril de 2015



nunca nos faltarão sonhos/mesmo que os poemas/sejam outros.
                                                                                     
                                                                 (José Carlos de Souza)

(espelhos retorcidos)


espelhos retorcidos

penduro os meus olhos no azul
enquanto vão girando as horas
e o amor segue o seu existir

era noite
e o céu nos serviu estrelas

                                               
                           (José Carlos de Souza)

(***)


preciso reencontrar a pessoa oculta
neste espaço silhuetado de vazios

                                                       
                          José Carlos de Souza

quarta-feira, 15 de abril de 2015

(à flor da pele)


cidade pedindo silêncio
trânsito raivoso em final de tarde
cai o pano, sobem as luzes
e o negror do horizonte
pede cautela, sacrifício
paciência que constrange e apavora.

as emoções à flor da pele
energia cósmica radiando os sentidos
neurônios se chocam, explodem, se bifurcam
sinapses alteradas pela velocidadetempo

nenhuma cor desambienta a paixão.

                                                             
                                                       José Carlos de Souza

(A mais linda flor)


nas asas do encanto
em voos não tripulados
viajam palavras quânticas
orikis, sutras, mantras
perfume das canções

é na lua das águas
que o tempo se faz mágico
e na morosidade das tardes
forjam-se as noites fingidas

pode ser amanhã
ou no final de semana
pode ser em silêncio
ou ter trilha sonora

sei que um dia
a liberdade brotará
como a mais linda
flor da humanidade
e a vida se fará por inteira
festiva, sensata, verdadeira

                                                                
                         José Carlos de Souza

terça-feira, 31 de março de 2015

(Doce acalanto)

nas árvores
os pássaros,
nada discretos,
ditam segredos
em vários dialetos
 
no chão
rios de areia
bolas de meia
e os meninos gritam...
são alegres alevinos

as imagens projetadas
em lúdicos tecidos
revelam sonhos
tão nossos

música macia
doce acalanto

                                                                                            
                    (José Carlos de Souza)
           
(Rabiscando a tarde)
                                                     
uma flor
rabiscando a tarde
projeta o futuro
sem nenhum alarde
                                                           
beija-flor
baila no ar
enquanto o perfume
se espalha
                                               
o coração
canta de mansinho
abrindo caminhos
na sutileza da paisagem
                                                           
             (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 16 de março de 2015

(és/finge)


esfinge.
surpresa que nos devora
                                                 
       (José Carlos de Souza)

domingo, 15 de março de 2015

(...)

a chuva 
que lavou a calçada 
levou nossos passos.
                                  
   (José Carlos de Souza)

sábado, 28 de fevereiro de 2015

(Indiferença)


mapeia o céu
um emaranhado de estrelas
em versos que não se desenham

alheio a tudo isso
olho nuvens
adormeço

                                    
             (José Carlos de Souza)

sábado, 21 de fevereiro de 2015

(Borboletas)


bailando no ar
cores vestindo pensamentos
borboletas a voar
                                  
           (José Carlos de Souza)

(Haikai)


escorre por entre
as frinchas do telhado
:sol granulado

                                                       
      (José Carlos de Souza)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

(Perdas e danos)


antigamente
tínhamos sempre à mão
um brinquedo
um sorvete
uma rosa
um bilhete...

hoje
não temos
nem as mãos


       (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

(Mark Rothko)


a cor vazando o abstrato
corroendo o substrato
ocupando o  vazio

                                               
o olho não descola da tela
não descansa a mente febril

                                                
as pinceladas se avolumam
e sangram azuis tardos...

                                                  
silêncio na superfície das telas
nenhuma mosca há de pousar em seus tecidos

                                                                            
não há sinal algum que nos remeta ao óbvio
o óbvio se desprende de seus gametas e gira
circundando girassóis na negritude cósmica

                                                                               
entre o amarelo e o laranja
o vermelho se veste de esfinge

                                                                   
                             José Carlos de Souza

   

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

(Cata-vento)



flor de metal
girando no tempo
                                           
   (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

(Frustração)


triste ter
de ficar aqui
olhando você
do alto da  minha miopia
sentindo um frio de sacristia
sem poder te amar
ao menos
por um dia

                                
   (José Carlos de Souza)

(Chove...)


chove sem pressa.nuvens do passado                                                             
                            (José Carlos de Souza)
                                             (Gueixa) Arte: José Carlos de Souza

(O homem...)



o homem enveredou
por caminhos delicados

                                          
produziu a farsa

criou o medo
corrompeu

banalizou
involuiu

ruiu...                                                                                                             


   (José Carlos de Souza)

(Raras palavras...)



raras palavras
equilibram meu universo

                                          

          (José Carlos de Souza)

sábado, 24 de janeiro de 2015

(Desavenças)


não mudo minha fala
seu grito não me cala

desça do salto
para não cair do alto

o buraco é mais embaixo

puro barraco!

                                         

     (José Carlos de Souza)

(Meditação)


céu encoberto
coração aflito
foco na mente
o ponto certo

os olhos fechados
fremem
círculos concêntricos
tremem
sóis excêntricos

me distancio das neuroses
vou mediando os conflitos
capto a paz na luz distante

com calma e equilíbrio
a mente se faz plena
e a aura reluz, radiante

                                      

              (José Carlos de Souza)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

(!)


tempestade em mar aberto.calmaria é ter você por perto


                                                          (José Carlos de Souza)

sábado, 17 de janeiro de 2015

(Lua anciã)


mil raios vomitando flores
vozes tracejando delírios
mãos que se desintegram
bocas fervendo impropérios

contrabandeando sonhos
na solidão das manhãs 
                           
lua anciã

                                           

              José Carlos de Souza

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

(Um tiro no escuro)


um tiro no escuro
assim é o nosso futuro
 
não temos tempo pra mais nada
já tiraram o pino da granada
agora tudo pode acontecer

pode ser amanhã
- breve enigma -
ou no final de semana
- grave estigma -
pode ser derradeira
- verdade fingida -
ou apenas a primeira
- ideia nociva -
 
tá difícil fazer rir, Charlie
paris, londres,nova york, madri...
aqui ou em qualquer lugar
a arte encanta e nos faz pensar

meu silêncio repete sua voz
estamos sós, só Deus é por nós
                           
                               (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

(***)


o sol de perfil.numa noite azul

                       (José Carlos de Souza)

  (simulando razões) esse jogo de máscaras  esconde esgares congela o voo tudo para que  o caos se faça na pele enrugada da tarde para que u...