sábado, 27 de dezembro de 2014

(nuvens...)


nuvens 
são pastos
são ninhos

castos
carneirinhos






                      (José Carlos de Souza)

(Inquisição)


santa bruxaria

Branca Dias
ouvia o sol no seu esplendor

e à noite
coloria as estrelas


                   (José Carlos de Souza)

(Kazuo Ohno)


a alma dança
para que o corpo
se equilibre


  (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

(Aquário)



ninho d'água
casulo de cristais
conchas fráguas
frágeis corais
vinheta de rio
natureza forjada
casa transparente
docemente inundada

vertigens, líquidas imagens
peixes voam no aquário
pássaros de asas cortadas

os olhos
fitam o vazio
(assoreada visão)
o coração
fica em silêncio
(recorrente paixão)

           ***
            (José Carlos de Souza)

sábado, 22 de novembro de 2014

(Desafio)


metais se chocam
no assombroso maquinário cerebral
produzindo o calor das ideias

nas ondas cósmicas
no espaço delimitado entre a mente e o infinito
flutuam os pensamentos 
captados na essência
no evolar dos sentidos
plasmando nossa capacidade de sonhar

eis o que nos desafia:
sair do imaginário
e criar a realidade
 
a realidade é o que não havia
a realidade é o que não se via
é o que sub-repticiamente ardia
 
                                 (José Carlos de Souza)

(Mandala)



os olhos fremem
girando em círculos convulsos
eletrizando a alma 
 

a mente se altera
acelera/desacelera
se acalma

a percepção se aguça

       (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

(Cabeça)


cabeça
porta do sol

catedral
animalesca
inferno
em escala gigantesca
 
    (José Carlos de Souza)

domingo, 2 de novembro de 2014

(Sol marinado)


flores de sal
banhando o azul

sol marinado


    (José Carlos de Souza)

- Cortando meridianos - (Zen)


nenhum lugar
- paraíso -

nenhuma cor
- silêncio -


                             (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

(Arte)


a arte catalisa o saber
desafia os incrédulos
mostra-nos um novo alvorecer

a arte não quer ser
a flor das vaidades
nem o desvario das celebridades

a arte não quer o poder
pois o poder desconhece a verdade
e é rico em iniquidades

a arte, antes de ser arte
arde no cadinho da imaginação
polariza ideias, potencializa emoções


                       (José Carlos de Souza)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

(Céu indissolúvel)


tempo e espaço diluídos
em nanossegmentos
enquanto a mente segue os rastros quentes do infinito

luz abandonada
no céu indissolúvel


                                                  (José Carlos de Souza)


(brilho estelar)


intenso brilho estelar
seu olhar macio
tresanda a luar


     (José Carlos de Souza)

- espelho d'água -


espelho d'água
lua
mergulha.flutua
 
   (José Carlos de Souza)

(Dias inúteis)


nos dias inúteis
as ruas morrem
carnavalizando o tédio
 
    (José Carlos de Souza)

(Oásis)


dia pleno
 
na areia do deserto
grãos de sol
 
à noite
a lua brota sorrateira
 
oásis
 
   (José Carlos de Souza)



(Noite mal dormida)


o olhar claro da aurora
faz com que eu sacuda o mal-estar
e beba os últimos goles do pesadelo


                   (José Carlos de Souza)

(!)



na vida
o que não for hipocrisia
vira matéria-prima
para a poesia
 
    (José Carlos de Souza)

(Poema estrela)



em mansas aragens
ouço palavras em línguas nuas


           (José Carlos de Souza)

(...)


a mente cósmica
grava em nós
 

missão e destino

   (José Carlos de Souza)

(?)


se ando
te vejo
no outro lado da história

se durmo
sonho com você
do outro lado do espelho


    (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

(Não ou sim)



calma!
não me leve a alma
não me tire a paz
leve somente
os últimos poentes
e algumas estrelas cadentes

deixe comigo
os aromas recentes
os sabores antigos
mas seja breve
não me roube o tempo
nem gaste o seu latim

vamos deixar que a paixão depure
e o coração uma razão procure
e o amor nos diga sim ou não
não ou ou sim 


                  (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

(Cadê a paz?)



cadê a paz?

tem gente
demais
gerando
conflitos
e uma paz inconclusa
vivendo em nós


    (José Carlos de Souza)

(Descaminho)


nossa pose nua
no momento da posse

iguais na metade do caminho
extrema paixão
descaminho


           (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

(Abya Yala)



cordilheiras no ar
no céu todo mar
deus sol a brilhar

era serpente e jaguar
totens a nos irmanar
riquezas sem par

veio a usura e o altar
correntes a escravizar
um povo que sabia sonhar

tribos dizimadas
em desatada sangria
corações feridos, almas vazias

América sombria
o frio do metal
no olhos da harpia
                 
                  (José Carlos de Souza)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

(Samba Mudo)



o coração do poeta
bate surdo
quando o samba
se faz mudo

o samba é semente
que brota da imaginação
fecundo raio de luz
 

que rasga a escuridão
quando a madrugada
recolhe o seu manto
o poeta, com voz orvalhada
embriagado de poesia
tira do silêncio o canto
falando de amor
em cadenciada alquimia.

na folha da memória
inscreve-se a boemia
colocando o samba
na pauta do dia
e a velha guarda
nos livros de história

o coração do poeta
bate surdo
quando o samba
se faz mudo


  (José Carlos de Souza)

* Letra musicada por Wimer Bottura Júnior

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

(Zanga)



suspiro articulado
como prévia do bocejo 
mal-humorado

stress desencadeado

    (José Carlos de Souza)

(...)


a definição
do ser serpente
sempiterno

a aferição
do céu solúvel
casa do homem eterno 


      (José Carlos de Souza)

terça-feira, 2 de setembro de 2014

(Solto de corda e canga)



solto
de corda e canga
andei por ruas, estradas
longe do meu caminho
errei por noites escuras
pulei de ninho em ninho.
pisei terras estranhas,
joguei pedras, descaminhos.
nas veredas plantei a sorte
travei batalhas, lutei sozinho.

garimpei águas marinhas,
destilei o mais fino licor,
das estrelas colhi o brilho,
tudo por você,
meu amor!
tudo pra você,
meu amor!


          (José Carlos de Souza)

(Sou assim)


sou assim
longe de você
nem me conheço
perto
me perco
quase
desapareço.

sou assim
tonto
de tanto amar
sonso
como o rio e o mar
quando vejo você
enlouqueço.

sou assim
como o sol e a chuva
o mosto da nobre uva
quando
viajo em suas curvas
do mundo
me esqueço.


   (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

(Saudade)



saudade é um rio aceso
queimando solidão

            (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

(Herzog - Farsa grotesca)


farsa
mal
montada

história
mal
contada


                   (José Carlos de Souza)

terça-feira, 26 de agosto de 2014

(!)


a fala
fere
a seda
fina

breves
tensões

o orgasmo libera
gritos em profusão


  (José Carlos de Souza)

(mimetismo)


lagarto no jardim.
cores ou flores?


   (José Carlos de Souza)
(...)

folha de couve rendilhada.lagarta laborando poema

                                                     (José Carlos de Souza)

(Temeridade)

hora do rush
e o velhinho
atravessa o asfalto
no seu passo pingado.


    (José Carlos de Souza) 

terça-feira, 19 de agosto de 2014

(Prazer)


calidamente
finos dentes
mordem a carne e a mente

o coração se dissolve


      (José Carlos de Souza)
(...)

poeira e lama. chão que alimenta os meus pés

                                       (José Carlos de Souza)

(Na casa do sem jeito)


às vezes
a vida é
uma encruzilhada
uma armadilha
uma cilada

às vezes
nem isso


  (José Carlos de Souza)
Canoa Quebrada
(cantiga de brisa e de sol)

teu céu
sempre sol
nas noites
de cem luas
Canoa dança
como um girassol


       (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

(!)


o louco vai.
leva na mão 
o vazio da esperança

o louco vem.
vem de conversa
com o tempo

os deuses perderam a paciência
nós perdemos os deuses

         (José Carlos de Souza)

 

(Futuro)


um tiro
no escuro

assim
é o nosso
futuro


  (José Carlos de Souza)


(...)

me despi do momento
num cafuné de segredos.
 
    (José Carlos de Souza)

(...)



mar.sombra da eternidade

        (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

(Líquido olhar)



o sol derretendo cristais
líquido olhar
cores do medo

no aquário
os peixes sonham...
...outros mares


     (José Carlos de Souza)

(!)



a minha casa
não pode ser o acaso

a minha vida
não pode ser só ocaso 


        (José Carlos de Souza)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

(Sonhos calados)


fechem os olhos
não haverá amanhã

criptografamos o medo
estacionado na fonte
no modo reverso
de um arco-íris digital

estamos perdidos
(melhor não ver)
seremos banidos?
(melhor não crer)

não mais terra
(residência)
não mais céu
(resistência)

sonhos calados
agora é o vento que corre sem medo

o melhor da imagem
beijo lavrado em lábios ardentes
asas do verbo
tessitura da fala, línguas e dentes
súbitos horizontes
mãos esticando a pele do tempo


                                 (José Carlos de Souza)

quinta-feira, 31 de julho de 2014

(Trincas)


1
Cantoria infernal.
Os gatos namorando
no fundo do quintal.

2
Tempestade repentina.
O cheiro de terra molhada
invadindo as narinas.

3
Ganhar o pão com
o suor do próprio rosto.
Neste frio, é fogo!


     (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 30 de julho de 2014

(Quimera)



miro a paisagem
como quem sorve
uma abstração
quebro os fios
gastos da ilusão
passo a viver
com os credos
de um novo amanhecer
tingindo os dedos
na magia do anoitecer.

na cadência
do dia a dia
céu em brasas
chão de miragens

Quimera me abraça
e eu sigo viagem.

não posso ficar olhando
o tempo passar
é rápido o trem da história
é pegar ou largar
esquecimento ou memória.


        (José Carlos de Souza) 

* Musicado por Eduardo Knaip

(Desvario)



noite acesa em perfumes
ouço e conto teus passos
leves, vens de mansinho
sou atraído pela tua voz
macia, canto de passarinho
 
noite de raras imagens
cores multiplicando flores
espelhos compondo miragens
a vida pedindo licença
o destino forçando passagem
 
os corpos criam dialetos
arregimentam suspiros
mãos manobram carícias
lábios sussurram malícias
regências do cio, desvario.
 
              (José Carlos de Souza)

terça-feira, 29 de julho de 2014



"nuvens são pássaros d'água."

            (José Carlos de Souza)

(Coisas de criança)



quando eu crescer
eu vou ficar bem grande
assim como meu pai.
 

depois eu vou ficar velhinho
assim como meu vô.
 

aí,
depois, 
eu vou virar passarinho
assim... 

sabiá, beija-flor. 

         (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

(Palavra esquecida)




escrevo você em imagens
aura perfumada de jasmim

palavra esquecida
nas dobras do tempo.


        (José Carlos de Souza)









(Copo de luar)



de tardezinha
a terra mergulha
em silêncio e meditação.

à noite
bebo um copo de luar.


      (José Carlos de Souza)

(Sismos e cismas)




sismos e cismas
 
gestual caótico

meu coração soterrado
emite sinais

eternidade pálida.  

    
      (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

(Trincas)


1
lúdica inspiração
:barquinho de papel
tonteando na chuva.


2
temporal
:cortina viva
dispersando o pensamento.


3
rastro de prata
cortando o quintal
:caracol viageiro.


      (José Carlos de Souza)








(Trincas)


1
trago numa arca,
ornada de teias e traças,
as cinzas do futuro.


2
quando você cria,
você destrói a realidade.
a realidade é o que não havia.


3
esquecimento.
vento que varre da mente
os acontecimentos.


    (José Carlos de Souza)

terça-feira, 22 de julho de 2014

(Trincas)



1
um dia a casa cai
e nasce dos seus escombros
um novo haikai.
 

2
o livro fechado
as palavras em silêncio
- natureza morta -
 

3
brilho molhado.
olhos marejados
evocando saudades.


      (José Carlos de Souza)

sábado, 19 de julho de 2014

(ILÓGICO MAR)



o tempo se dissolve
nas águas salgadas
do ilógico mar.
falsos marujos
bebem ecos de sal
saudando a manhã.

barcos errantes
bandeira negra da perdição
navios mercantes
o medo ataca a tripulação
rum no olhar do corsário
infusão de gritos,
alaridos, confusão.

velhos marinheiros
logo viram vultos
são estrelas que  afundam
no mar das Antilhas.


   (José Carlos de Souza)

terça-feira, 15 de julho de 2014

(Catarse)



quebrar as louças
da idolatria
rasgar o véu
da hipocrisia
tocar o céu
ver o que não via

vomitar o ódio
para aplacar o mal
dissolver o orgulho
em água e sal
serenar a mente
para reordenar o caos

centelha cósmica
gozo transcendental
salto mortal
da alma universal


    (José Carlos de Souza)

sábado, 5 de julho de 2014

(*)



no futuro
sobreviverá
quem souber acreditar
sem se deixar iludir.


       (José Carlos de Souza) 

(Tempo)


tempo
já que não posso detê-lo
que eu ao menos possa tê-lo
sem nenhum contratempo.

  
        (José Carlos de Souza)

(Memórias)



memórias
são dados
linho gasto e amarelado
rugas
formando traços
teias
estendidas no tempo.


   (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

(!)


mesmo rude
a luz da candeia
clareia

olhar que ilude
disco na areia

lua cheia

   (José Carlos de Souza)

(Sonatina)



canto de ave
no silêncio dos homens

rabisco um riso
em versos que não se desenham
num céu de cores planas

cisco no olho da inveja


           (José Carlos de Souza)
(*)


no encarte da alma
quebramos palavras
sem despertar eco


 (José Carlos de Souza)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

(Sousândrade no inferno de Wall Street)



muíscas almíscar patchuli
a selva acaba aqui
wall street manda seu recado:
é pra quem entende do riscado.
antro infecto, inferno, covil
natureza diabólica, hostil

debêntures commodities ações
a cotação acelera os corações
compra venda alma no lucro
o ágio cria novas tentações
o sobe e desce dos pregões
riqueza volátil, pútrido sepulcro

quebra debacle bancarrota
erro crasso, aposta infeliz


                     (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

(Trama)



trama em aberto

(cores espalhando flores, 

bucólicas paisagens)
(o desejo tem pele de seda 

e dentes macios)

                                          (José Carlos de Souza)     

(Babilônia descartável)



piegas e plena
mãe de meninas
"messalinas".
arrogante, cheia de desplante
com seu progresso de fancaria
jardins e palácios, piscinas e haras
cópias grotescas, obras de pirataria.

desalmada, iníqua e bela
cinderela de lixo e escárnio
aposta paga em moeda falsa

tudo pura fumaça
remix do ridículo
mixórdia e trapaça.

caricaturas do mal
tudo muito igual
"admirável mundo novo"
babilônia descartável
o ódio no poder
justiça desigual.


       (José Carlos de Souza) 

*Musicado por Vitor Munhoz

(Tem dias)



tem dias de sol
dias de imensa alegria

tem dia que nem é dia
dia que já nasce noite

tem saudade
que logo vira nostalgia
dias de afagos e açoites

tem dias de febre
dias de cão
dias de dor e aflição

tem dias em que bebo
dias em que guardo segredos
dias de devoção

tem dias que o sim significa não
canção de negro em degredo
tem amor que só arranha o coração


                    (José Carlos de Souza) 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

(Arte)



arte é para deslumbrar a visão, 
alterar os sentidos, 
incendiar a mente.  

                (José Carlos de Souza)

(Temporal de vidro)



os minutos escorrem
pedras florescem na mata virgem
em meio ao temporal de vidro
orvalham luzes e girassóis

o poema rasga as vestes
de um novo dia


                 (José Carlos de Souza)




(Origami)



origami

dobras perfeitas
dão vida ao papel


    (José Carlos de Souza)

(Ouse!)


céu de cinzas
repete antigas imagens


seja um mar
oceano em chamas


ouse!



                (José Carlos de Souza)
(***)


a palavra liberdade
flutua
entre o pássaro 
e a gaiola

        (José Carlos de Souza)
(...)

escrevemos o que nos grita a alma

menos que o pensamento
mais que o sentimento

                     (José Carlos de Souza)

domingo, 27 de abril de 2014

                                                  (Griô)




meu avô
sábio griô
coleciona sonhos

senhor da paisagem
carrega os caminhos
na palma da mão

cabelos cor do tempo
aura mística, mítica imagem
porta-voz da canção

memória poética
coração iluminado
sorriso de libertação

pássaro encantado
verbo encarnado
guia de gerações

meu avô
poeta ancestral
magistral, mestre, griô

(José Carlos de Souza) 

*Musicado por Ciro Carvalho


sexta-feira, 25 de abril de 2014

(Abismo)



você diz que não
negando sua amizade
eu digo que sim
com a maior naturalidade.

você faz que não vê
eu vejo o que me dá vontade
você banaliza o viver
eu faço do viver uma verdade.

um abismo nos separa
como a mudez e a fala
mas não nego
o que um dia senti
hoje, meu coração
nem se abala.


             (José Carlos de Souza) 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

(Quadrante lunar)


trago em mim teu perfume
dos teus olhos o lume
versos gravados na pele
poemas suspensos no ar
ancorado em sonhos
dourado quadrante lunar
no compasso das horas
marca o tempo milenar

mesmo que não seja domingo
que a rua esteja sem graça
vem cantar comigo na praça
até o sol se pôr
e depois, seja como for
coração em perigo
é a lua quem vai reinar

ela e você
...você
 
          (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

(Ideograma)


ideograma
bizarro
lúdico
gatilho

no amor
todo cuidado é pouco

ouço o som
dos teus olhos
viola que
mata e esfola
perdido no
mar de abrolhos
em barquinho
de papel e cola

no amor
todo prazer é louco

   (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

(Sonatina)



flores
espelham
cores

cores
espalham
flores

na língua
todos os sabores...

  (José Carlos de Souza)

(Surpresa)



abro a caixa de ferramentas
e descubro
caminhos manuais



   (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 31 de março de 2014

(Mundo precário)


 

descamo poemas
nesta manhã absurda

descubro caminhos

penso no que somos
(mosca
           rato
                 serpente
uma mente brilhante
uma raça horripilante
        demente!)

sol esquivo
fechado em seu brilho

antes de desligar o dia
amarro um quadro
no quarto de vozes

na câmara ardente dos sonhos
estaciono o amanhã

mundo precário.


         (José Carlos de Souza)

(!)



no quintal
numa dança de iguais
brincam os pardais.


   (José Carlos de Souza)

quinta-feira, 13 de março de 2014

(Seus olhos)



seus olhos    
ardem em mim   

:vitrais de desejos.


   (José Carlos de Souza)



(!)



brejeira.

cheiro matuto de palha
adoçando as manhãs.


       (José Carlos de Souza)

sábado, 8 de março de 2014

(Digitando segredos)



com a ponta dos dedos
vou riscando o céu
digitando segredos.
 
         (José Carlos de Souza)
 

  (simulando razões) esse jogo de máscaras  esconde esgares congela o voo tudo para que  o caos se faça na pele enrugada da tarde para que u...