segunda-feira, 26 de setembro de 2016

(o sol não se apaga)



não havia nada entre nós
nem música, nem dança
nossos passos trilhavam outros caminhos

com o passar do tempo
vieram as mudanças
e com elas a cumplicidade
e o entendimento

mudou de cor o cenário
ganhou vida as estações
acenderam-se as fogueiras
aceleraram-se os corações

agora anoitece
e o dia não acaba
escurece mas o sol não se apaga

          (José Carlos de Souza)

sábado, 17 de setembro de 2016

(tempo de espera)



tento aquecer a noite
ouvindo nossas canções
nenhuma frase
reaviva a memória
nenhum poema
ativa os sentidos
é como se tivessem
apagado os nossos passos
cortado os laços
violado o espaço

se ando te vejo
no outro lado da história
se durmo sonho com você
do outro lado do espelho

                                                       
em tempo de espera
espinho por fora fere
e por dentro d-i-l-a-c-e-r-a
para aguentar o tranco
trinco os dentes e soco o ar
xingo em versos brancos

conto até dez para não surtar
e com a ponta dos dedos
vou riscando o céu
digitando segredos
                                                             
          (José Carlos de Souza)

(arremedo...)


arremedo é medo/de parir o novo
                                                             
           (José Carlos de Souza)


  (simulando razões) esse jogo de máscaras  esconde esgares congela o voo tudo para que  o caos se faça na pele enrugada da tarde para que u...