domingo, 23 de outubro de 2016

(Ícaro)



os dedos tangem os cabelos
o vento tempera o ar
não discuto minhas decisões
nada tenho a lastimar
em versos invento versões
em prosa tento te amar
                                                  
cortando os nós
desamarro os cordões
vou dos pés às mãos
medindo contras e prós
salto do trapézio
sem rede de proteção

asas nascem no céu
mas o voo parte do chão
                                                    
    (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

"Ver o mundo em um grão de areia
e em cada flor silvestre, o paraíso 
ter o infinito na palma de sua mão
e viver a eternidade em uma hora."                                                         
                                         (Blake)

 

Visão

           ao José Carlos de Souza
                                                       
a mão busca a flor
entre a visão e o desejo
iluminam-se as prateleiras
repletas de sortilégios

                                             
o tempo é cinza
o corredor escuro

                                                        
dentro da bolsa vão as reminiscências
ou projetos quase que irrealizáveis

                                                       
              (Alfredo Chlamtac Filho)


terça-feira, 11 de outubro de 2016

(Arthur Bispo do Rosário)


                                               
são escorregadias
as linhas da vida
plumagens e panos de cores macias
se dissolvendo no imaginário

que bicho pousou no teu fadário
Artur Bispo do Rosário?

tergiversando
teceu mistérios

assim se
fazia ser
assim se
dizia crer
                                                            
   (José Carlos de Souza)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

o que virá depois
além de um novo dia
além do sol 

do som 
da voz?

                         
   (José Carlos de Souza)

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

(estrela cadente)


nunca mais ouvi
seu grito estridente
fiquei órfão do seu brilho
perdi minha confidente

                                                 
os pedidos
as súplicas
ficou tudo na incerteza
entre o mistério e a beleza

                                                  
não querendo matar a poesia
que mora no olhar
preferi orar pela profecia
e acreditar na magia
do seu rastro pelo ar

                                                 
        (José Carlos de Souza)

  (simulando razões) esse jogo de máscaras  esconde esgares congela o voo tudo para que  o caos se faça na pele enrugada da tarde para que u...