sábado, 17 de setembro de 2016

(tempo de espera)



tento aquecer a noite
ouvindo nossas canções
nenhuma frase
reaviva a memória
nenhum poema
ativa os sentidos
é como se tivessem
apagado os nossos passos
cortado os laços
violado o espaço

se ando te vejo
no outro lado da história
se durmo sonho com você
do outro lado do espelho

                                                       
em tempo de espera
espinho por fora fere
e por dentro d-i-l-a-c-e-r-a
para aguentar o tranco
trinco os dentes e soco o ar
xingo em versos brancos

conto até dez para não surtar
e com a ponta dos dedos
vou riscando o céu
digitando segredos
                                                             
          (José Carlos de Souza)

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