terça-feira, 12 de agosto de 2014

(Sonhos calados)


fechem os olhos
não haverá amanhã

criptografamos o medo
estacionado na fonte
no modo reverso
de um arco-íris digital

estamos perdidos
(melhor não ver)
seremos banidos?
(melhor não crer)

não mais terra
(residência)
não mais céu
(resistência)

sonhos calados
agora é o vento que corre sem medo

o melhor da imagem
beijo lavrado em lábios ardentes
asas do verbo
tessitura da fala, línguas e dentes
súbitos horizontes
mãos esticando a pele do tempo


                                 (José Carlos de Souza)

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