domingo, 26 de janeiro de 2014

(Muro)



muro, anteparo da visão.
porto abandonado
arrimo dos desesperados

mofo, musgo, mazelas...
só o poema
permanece incólume.

a tarde, o sol aquece suas feridas
rasgando a cal, rompendo a argamassa,
buscando o vazio.

na solidão da pedra, alicerce e sustentáculo
dorme a impureza dos que ali se aliviaram.

salva-se a hera
que trepa-lhe o tronco desnudo
e dorme, mudando a feição do momento.


                                        (José Carlos de Souza)

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