domingo, 26 de janeiro de 2014

(Raso da Catarina)



raso
de um abismo
profundo
onde a caatinga geme
seu lamento triste.
campo branco
de um céu encerado
e o sol
a lançar suas adagas
feito feixes de espinhos
nas carnes magras
dos famélicos sertanejos.

água,
desejo barroco nordestino.

raso,
luminoso deserto
território inóspito
onde brotam bromélias,
cactos, umbuzeiros
e o valente juazeiro.
céu da ararinha azul,
chão de lagartos,
tatus e teiús.
para mudar a paisagem
basta a chuva cair
e o verde logo se assanha.

raso,
ambiente árido e hostil
de uma vida vibrante.
 
      (José Carlos de Souza)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  (simulando razões) esse jogo de máscaras  esconde esgares congela o voo tudo para que  o caos se faça na pele enrugada da tarde para que u...